Recentemente, eu li um livro que me marcou profundamente: "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Desde a primeira página, você é lançado em um mundo que, embora fictício, ressoa de forma alarmante com a realidade. A história começa de maneira intrigante, quando uma epidemia de cegueira atinge uma cidade inteira, transformando a vida cotidiana em um caos absoluto. A trama se desenrola à medida que os personagens, privados de sua visão, enfrentam não apenas a perda de um sentido, mas também a desintegração da sociedade como a conhecemos.
O que torna este livro tão único é a forma como Saramago aborda temas como a fragilidade da civilização, a condição humana e as relações interpessoais. Ele não apenas narra a história de um grupo de pessoas que luta para sobreviver em meio ao colapso social, mas também provoca uma reflexão profunda sobre a empatia, a solidariedade e o egoísmo que podem surgir em tempos de crise. É um verdadeiro estudo sobre a natureza humana, que nos obriga a olhar para dentro de nós mesmos e questionar como reagiríamos diante de situações extremas.
Outra característica marcante da escrita de Saramago é seu estilo inconfundível, que mistura longas frases e um fluxo contínuo de pensamentos. Ao contrário de muitos autores, ele se despede de pontuações convencionais, o que pode inicialmente parecer desafiador, mas logo se transforma em uma experiência envolvente e hipnotizante. A maneira como ele entrelaça diálogos e narração cria uma cadência única, quase poética, que te faz perder a noção do tempo enquanto lê.
O impacto emocional que "Ensaio sobre a cegueira" provoca é inegável. Após fechar o livro, você fica com uma sensação de inquietude, mas também de esperança. É uma obra que nos convida a refletir sobre o que significa ver de verdade, não apenas com os olhos, mas com o coração e a mente. Se você está em busca de uma leitura que desafie suas percepções e o faça ponderar sobre a sociedade em que vivemos, eu não poderia recomendar mais este livro. Prepare-se para uma jornada intensa e transformadora!